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Jornada semanal de 4 dias: sonho distante?

A jornada semanal de 4 dias está se tornando realidade em diversos países. Descubra se esse modelo de trabalho é viável no Brasil!

A ideia de trabalhar apenas quatro dias por semana parece, para muitos, um sonho quase impossível. Em tempos de sobrecarga, metas agressivas e hiperconectividade, imaginar uma rotina com mais tempo livre soa utópico. No entanto, essa proposta vem ganhando força em diversos países. Mas, afinal, a jornada semanal de 4 dias é uma realidade viável ou ainda está longe do alcance da maioria?

(Imagem: Divulgação/Reprodução do Google Imagens)

O que é a jornada de 4 dias?

A jornada de trabalho de quatro dias propõe a redução da semana laboral tradicional, sem cortes salariais, mantendo o mesmo nível de produtividade.

Em muitos casos, a carga horária semanal é reduzida de 40 para 32 horas, distribuídas em quatro dias, com folgas fixas às sextas ou segundas-feiras.

A proposta visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, reduzir o estresse e aumentar a motivação.

Essa ideia não é exatamente nova, mas ganhou força com as mudanças impulsionadas pela pandemia.

O trabalho remoto e os modelos híbridos mostraram que a produtividade não depende apenas da presença física no escritório, e sim de entregas, foco e bem-estar.

Experimentos pelo mundo

Diversos países já realizaram testes com a jornada de quatro dias. No Reino Unido, um dos maiores experimentos globais envolveu mais de 60 empresas, entre 2022 e 2023.

Os resultados mostraram aumento de produtividade, maior satisfação dos funcionários e redução no número de faltas e licenças médicas. A maioria das empresas decidiu manter o novo modelo após o fim do teste.

Na Islândia, testes semelhantes também indicaram que é possível manter (ou até melhorar) a performance dos trabalhadores com menos horas trabalhadas.

Espanha, Japão, Austrália e até alguns estados dos Estados Unidos também têm explorado a ideia.

E no Brasil? Como pode funcionar?

No Brasil, a jornada de 4 dias ainda é vista com ceticismo por grande parte das empresas. O modelo tradicional, com 44 horas semanais, ainda predomina, especialmente em setores mais conservadores ou operacionais.

Além disso, muitos empregadores associam presença com produtividade, o que torna mais difícil a adoção de novos formatos.

Ainda assim, algumas empresas brasileiras, especialmente no setor de tecnologia e inovação, têm se mostrado abertas à ideia.

Startups e organizações com gestão mais flexível estão testando jornadas reduzidas como forma de atrair talentos, diminuir a rotatividade e promover bem-estar.

Quais os principais benefícios e desafios?

Os defensores da jornada de 4 dias destacam uma série de vantagens: mais tempo para descanso, lazer e família; redução no risco de burnout; melhora no foco e na produtividade; e menor impacto ambiental, com a diminuição de deslocamentos e do uso de energia nos escritórios.

Por outro lado, existem desafios consideráveis. Setores que exigem atendimento contínuo, como saúde, comércio e serviços, precisam encontrar formas de reorganizar turnos e equipes.

Algumas empresas também temem perder competitividade caso reduzam as horas trabalhadas sem garantir a mesma entrega de resultados.

Sonho ou futuro inevitável?

A resposta pode variar de acordo com o setor, o tipo de trabalho e o perfil da empresa. Para muitos trabalhadores, especialmente em empregos informais ou com menor remuneração, a jornada de quatro dias ainda é uma realidade distante.

Mas para áreas mais flexíveis e com foco em inovação, esse futuro pode estar mais próximo do que se imagina.

O importante é que o debate já está acontecendo. Falar sobre novas formas de trabalho, bem-estar e produtividade é essencial para construir ambientes mais humanos e eficientes.

Por fim, a jornada de 4 dias pode ser um caminho, talvez não para todos, nem de forma imediata, mas certamente é uma ideia que veio para ficar.

Juliana Raquel
Escrito por

Juliana Raquel